O Senado brasileiro vem se tornando um desafio significativo para o governo do presidente Lula, com uma série de derrotas recentes e um crescente descontentamento que ameaça a governabilidade. A rejeição da indicação de Igor Roque para a Defensoria Pública da União (DPU) surpreendeu até mesmo a oposição, expondo a insatisfação que toma conta da Casa.
O mal-estar não é algo novo, mas tem se aprofundado, com o Senado sinalizando uma demanda por uma articulação política mais eficaz por parte do Executivo. Essa insatisfação abrange desde a liberação de emendas até nomeações de aliados no governo. A rejeição a Roque, por exemplo, demonstrou a dificuldade do Planalto de construir uma base sólida no Senado, com 35 votos a favor da indicação, um a mais do que o governo conquistou em votações anteriores. Doze parlamentares da base governista nem sequer participaram da votação.
Atualmente, no Senado, a situação é delicada para o governo de Lula. Apesar de contar com uma base de aliados, o número de parlamentares insatisfeitos tem aumentado, evidenciando a fragmentação no Congresso. As recentes derrotas, como a rejeição da indicação para a DPU e a aprovação de propostas que contrariam os planos do governo, demonstram um Senado em busca de maior protagonismo e disposto a desafiar o Poder Executivo. A colaboração entre os poderes é crucial para a governabilidade, e a habilidade de Lula em lidar com essa dinâmica será um fator determinante para o sucesso de seu governo.