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INSS: Robôs rejeitam 6 em Cada 10 Pedidos, Desencadeando uma Enxurrada de Processos Judiciais

INSS: Robôs rejeitam 6 em Cada 10 Pedidos, Desencadeando uma Enxurrada de Processos Judiciais

A introdução de sistemas automatizados para análise de pedidos de benefícios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem sido alvo de controvérsias, à medida que a taxa de negativas aumenta, revelando uma situação preocupante, conforme apontado pela Controladoria-Geral da União (CGU). No ano de 2022, 6 em cada 10 pedidos foram rejeitados pelos robôs, marcando um significativo aumento em relação aos 41% registrados no ano anterior. Este panorama tem desencadeado uma avalanche de processos judiciais na Justiça Federal, agravando ainda mais a complexidade do problema.

Embora o INSS tenha destacado a celeridade proporcionada pelos robôs, responsáveis por decidir sobre 37% dos pedidos de auxílios e aposentadorias, os dados revelam um descompasso entre as decisões automáticas e a realidade dos beneficiários. Muitos indivíduos que têm direito aos benefícios acabam vendo seus pedidos indeferidos. Essa disparidade tem contribuído para o aumento no volume de processos, resultando em duas filas distintas: uma para novos pedidos e outra formada por segurados que persistem na área administrativa após uma recusa automática.

O tempo de espera para uma resposta da Justiça Federal, que oscila entre seis e onze meses, adiciona uma camada adicional de desafio aos beneficiários. A CGU alerta que o aumento nas negativas automáticas pode levar a um crescimento nos recursos ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), exacerbando ainda mais a sobrecarga do sistema.

Ailton Nunes, diretor de Tecnologia da Informação do INSS, defende a atuação dos robôs, ressaltando que a proporção entre concessões e negativas permanece a mesma desde 2021. No entanto, a mudança está na origem das negativas, agora predominantemente realizadas pelo sistema automatizado. Esse cenário levanta questões importantes sobre até que ponto um robô pode substituir a sensibilidade e a análise criteriosa de um analista bem treinado, cuja abordagem pode considerar nuances e circunstâncias únicas de cada caso. O dilema entre eficiência e justiça se intensifica diante da necessidade de conciliar a automação com a qualidade das decisões no delicado processo de concessão de benefícios previdenciários.