O deputado Sargento Reginauro (União Brasil) anunciou que apresentará um requerimento para convidar a secretária de Cultura do Estado, Luisa Cela, a prestar contas dos recursos administrados pelo Instituto de Cultura Mirante. Segundo o deputado, a organização social, que pertence ao irmão do atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), pode conter irregularidades.
Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa do Ceará nesta terça-feira (7), Reginauro revelou que o Instituto de Cultura Mirante, criado em 2021, movimentou cerca de R$ 90 milhões em dois anos e meio. O deputado questionou a legalidade e a moralidade dessa movimentação financeira.
"É legal, mas quero ver alguém dizer que é moral", contestou Reginauro. Ele destacou que o instituto receberá recursos da Lei Paulo Gustavo destinados à cultura e questionou a necessidade de transferir esses recursos para uma entidade terceirizada.
"A Secult não tem corpo técnico para gerenciar? Precisou contratar o instituto por R$ 4 milhões para gerenciar os recursos que deveriam chegar nas mãos dos artistas que passam dificuldade para produzir seu espetáculo", afirmou o deputado.
O requerimento, que está em fase de finalização, será apresentado no plenário da Assembleia Legislativa na próxima semana. Reginauro expressou preocupações sobre a participação da família Santana em órgãos do Governo do Estado, mencionando a nomeação de Eudoro Santana, pai do ex-governador, como conselheiro da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece).
"A família Santana deve estar comemorando até hoje a manutenção do poder no Ceará, pois o estatuto da Cagece foi modificado para receber o pai do ex-governador como membro. Está tudo em casa, a filha da ex-governadora contratando o irmão do ex-governador, tudo em família. Acho que se reúnem para decidir as políticas públicas do Estado, enquanto o cidadão sofre no tratamento de câncer. Desde julho estão pendentes recursos de R$ 2 milhões para tratamento de câncer. Chama o Mirante que o recurso sai rápido", criticou Reginauro.